2.8.06
O Título fica ao vosso critério
Olho para a Lua, espero um sinal, mas a Lua nem me vê, nem um sinal, nem uma luz mais intensa que me ilumine a alma..
A Lua não me liga, hoje não gosta de mim.
Deito-me, as costas sentem a suavidade dos lençois. Abro as pernas, abros os braços e fecho os olhos.
Sinto o sono a chegar, bate á porta, com um sorriso convido-o a entrar. Não se faz de rogado e aceita , ficamos assim a pensar os dois. Invariávelmente vamos falando dos porquês.
Decido levantar, começo a levitar e vejo o sono deitado. Saio pela janela e sinto uma leve brisa que me acompanha, fresca, deliciosa.
Adoro sentir-me assim, de olhos fechados e a sentir o vento levar-me. Faço duas piruetas, abro os olhos e vejo três cavalos marinhos, entre a escuridão. Acompanham-me divertindo-se.
- Mas vocês não estão sempre no Mar.
- Estamos onde tu quiseres.
- Então querem vir comigo?
- Queremos. Mas para onde vais?
- Vou até á Lua.
- Sabes o caminho
- Está já ali em cima, é sempre em frente
Começaram a rir-se. Fiquei um pouco vermelho, envergonhado.
- Primeiro tens que encontrar o Semião, ele depois leva-te a Almadriaques.
- E vocês sabem o caminho para o Simão
Riram-se outra vez. Fiquei mesmo envergonhado, fechei fortemente a boca, virei os olhos para cima e fiquei vermelhinho
- Nós levamos-te ao Semião.
Começamos a voar, passamos por um campo cheio de flores, era lindo. Entramos numa zona montanhosa, o nevoeiro provocava um friozinho bastante agradável.. A serra era linda, o cinzento agreste da pedra, o verde do musgo que a povoava. A húmidade suavizava o frio do cinzento com o calor do verde e dava. um toque de harmonia que me levava a querer deitar-me e sentir aquela beleza infinitamente.
Mas os cavalos Marinhos puxavam-me cada vez com mais força. De repente paramos. No meio da escuridãovislumbro uma arvore, enorme, não lhe via todo o caule e as nuvens tapavam os seus ramos.
Abre-se uma porta redonda, o interior imaa uma luz intensa dourada.
Entro e vejo um enorme passaro roxo e verde. Tinha dois metros e usava uns oculos redondos, sentado a escrever olhou para mim.
- Olá. Sou o Semião.
- Olá, gostaria de ir ter com a lua
- Não te posso levar directamente, mas guarda este abacate para entregar a Almadriaques.
- Obrigado, mas não sei o caminho.
- Não te preocupes, os meus ajudantes levan-te lá.
Eram cerca de 15 passaros pequenos, todos cinzentos. Tinham um capacete estranho em forma oval que lhes davam um aspecto de ter três olhos.
Pegaram em mim e levaram-me rapidamente atravez do nevoeiro. Este nevoeiro provocava-me calafrios, sentia medo e um vazio enorme por dentro. Esta incerteza para o destino que me levavam e o aspecto vil do nevoeiro provocavam-me uma dor no buraco onde se deveria encontrar o coração.
Passado um longo tempo de viagem, encontro uma nau com uma casa em cima, a flutuar no meio do nevoeiro, num raio de 10 metros em seu redor não havia nevoeiro, apenas uma luz intensa que não consegui vislumbrar de onde saía.
A entrada estavam dois esquilos, aproximo-me
- Pretendia falar com Almadriaquez.
- Não se pode entrar.
Tirei o abacate e mostrei. Mandaram-me entrar mas sem dizer uma palavra.
Caminhei devagar, parecia um castelo andante, até que chego a uma portinha pequena e um pinguim branco e azul faz-me um gesto para entrar e esperar que Almadriaquez me dirigisse a palavra.
Entrei e deparei-me com um cavalo com cabeça de homem, ou homem com cabeça de cavalo. Estava diante de uma bancada cheia de tubos de ensaio e misturava vento com água formando neve que ía deitando por um buraco existente na bancada de trabalho. Era tudo reluzente, feito em ouro.
Depois de um logo tempo em silêncio à espera, finalmente ergue-se para mim e falou.
- Desculpe, estava a fazer nevar.
Tinha um corpo enorme, mas uma voz suave e educada que contrastava com o seu aspecto
- Mas como é que consegue isso?
- Sabe o que é alquimia?
- Não
- Não te preocupes, vais ficar a saber.
- Mas...
- Queres ir à lua não é?
- Sim.
- Coloca o abacaxi dentro daquele frasco com fogo que pretendo fazer uma aurora boreal.
Não consegui perceber como é que o fogo conseguia estar tão viso dentro de um frasco de ouro. Como que ledo o pensamento, disse-me “Não tentes perceber, o fogo é muito misterioso”.
Deu-me uma pena branca de um cisne e disse-me para guardar e entregar na lua. Antes que pudesse falar, mandou entrar as borboletas que me acompanhariam no resto da viagem..
Flui voando acompanhando as borboletas, atrás de mim continuavam os cavalos marinhos. Os passaros cinzentos de três olhos como lhes chamava, regressaram para junto de Semião
As borboletas são muito bonitas, nunca tinha visto beleza igual. Umas de cada cor, vermelho, verde, azul e castanho eram as suas cores.
A dado momento a vermelha envolve-se em mim, abraça-me com as suas asas e começo a sentir imenso calor, vejo o fogo. Começo a suar e cada vez com mais calor. A borboleta azul envolve-me a seguir, sinto-me molhado, ainda com calor, apesar de me sentir a afogar dentro de água. Envolve-me agora a verde, sinto uma tempestade a passar por mim e bastante frio. Estou quase a perder os sentidos e sem perceber o que queria as borboletas de mim. Finalmente a borboleta castanha abraçou-me, senti-me debaixo da terra a sufocar. Fechei os olhos, deixei de respirar e fui assim levado sem sentidos.
Abro os olhos e vejo a Lua mesmo à minha frente. Estou bastante calmo, embora não perceba como vim cá parar. Certamente terão sido as borboletas que continuam a meu lado. A única sensação que fica da viagem é que demorou muito tempo.
- Olá Lua
- Olá
- Não me tens ligado nenhum
- Tenho andado acupada e também tens que fazer por merecer isso
- Como
- Deixando a vida entrar em ti, cresceres para ficares completo
- E já o fiz?
- Sim, passaste pelo fogo, água, vento e terra, os elenmentos essênciais do universo e que torna as pessoas completas. Agora estás mudado, mereces seguir o teu caminho
- E vou para onde?
- Depende, não tens algo para mim?
- Pega uma pena branca de cisne que um alquimista me deu.
- Já sabes o que é a alquimia
- São os elentos que nos tornam um verdadeiro ser. Os elemntos essênciais.
- Muito bem. Agora vais viajar, segue as borboletas e entrega esta folha de castanheiro a uma menina com brincos em forma de lua.
- E depois?
- Não te preocupes, vais ver o amor dentro dela.
A Lua abraçou-me e deu-me um beijo, de seguida as borboletas e os cavalos marinhos começaram a voar e sem saber como fui arrastado atrás deles.
Passei pelo céu estrelado, vi meteoros e cometas. O céu é azul marinho, tem uma cor que nos faz sentir elevados, com vontade de nos deitar-mos no céu e vê-lo envolver-nos como um lençol.
Quando estava quase num estado de puro prazer, começo a sentir uma descida vertiginosa. Era tão rápida que tudo parecia querer sair de mim.
Finalmete parei flutuando em cima de um oceano azul escuro, não tinha ondas, apenas via bastantes peixes saltando como se tivessem vontade de me saudar.
- Daqui começou a vida, a tua também começa aqui, habitua-te a ela que vais conviver com ela o resto da vida.
- Mas não vamos para terra?
- Vamos sim.
Aproveitei e bebi um pouco de água, estava salgada mas bebiase bem, Enquanto os meus lábios tocavam suavemente na água para a beber, dois peixes saltaram e deram-me um beijo. Um era pequeno e verde claro, o outro era bem maior e misturava azul escuro com verde escuro. Aqueles beijos fizeram-me sentir especial. Senti que era importante e não apenas mais uma pessoa que passava despercebida a tudo e todos. Fiquei radiante, afinal sou importante e amado para alguem, nem que seja para uns peixes. Com esta felicidade nem conseguia acreditar que tudo estava a ser tão maravilhoso, tão único, único mesmo.
- Já fizeste o que tinhas a fazer aqui, agora vamos. – Disseram os cavalos marinhos.
Fui voando e avistei uma montanha ao longe, estava a chagar a terra, deveria ser ali que estava a miuda para lhe dar a folha
Passamos por cima de uma praia enorme de areia branca, comecei a plhar a espuma do mar na areia, imaginei a miuda a reboar naquela espuma.
Tanto me distraí que de repente estava á entrada de uma janela. Entrei devagar, fui pelo corredor e no fundo estava sentada numa cadeira uma bela rapariga, era a mulher mais bela que já tinha visto, os cabelos compridos dançavam numa valsa lenta, a saia do vestido que era rodada, dançava também. Mas mesmo assim encontrava-se a chorar.
Cheguei perto dela, era maravilhosa, pele suave, muito macia mesmo e um cheiro divinal. É bela, única, Única mesmo.
- Por que choras princesa?
- Não sei, sou assim desde que me conheço. Sou a Carla Vanessa.
- Mas esse choro tem que acabar
- Não me incomoda, sempre fui assim.
Peguei na folha e encostei-a ao peito dela, bem por cima do coração. Ela pousou a mão dela em cima da minha e sorriu.
- Sinto-me estranha, é uma sensação diferente, nunca tinha experimentado
- Será amor?
- Não sei, sinto qualquer coisa a bater dentro de mim e uma alegria imensa, será que...?
- Sim, é amor

Como todos desejam que a história termine


- Sinto-me estranha, é uma sensação diferente, nunca tinha experimentado
- Será amor?
- Não sei, sinto qualquer coisa a bater dentro de mim e uma alegria imensa, será que...?
- Sim, é amor
- Isso é maravilhoso.
- É optimo
- Es linda. Anda comigo e vamos casar
- Não posso, só consigo sobreviver nesta casa. Mas adorava imenso
- Então eu fico aqui contigo para sempre
- Não é assim tão fácil. Tenho alguem para cuidar
- Não me importo, quem é?
- São os sete anões, são meus irmãos, por isso não tens que cuidar deles
- Amor, o que é teu é meu. Cuido deles como se fossem meus e fico aqui contigo para o resto da minha vida
- Fazes isso por mim?
- Tudo Princesa
- Amo-te
- Mesmo?
- Eu provo-te amor
Retirou a mão por cima de mim, abraçou-me com força, colocou a mão sobre o meu cabelo e puxou a minha cabeça contra a dela. Os nossos labios tocaram-se, onde antigamente existiam rios de lágrimas, agora floriam petalas e flores. Beijamo-nos profundamente num beijo mágico e intenso

The End


Mas como o blog é meu, termino como eu quiser


- Sinto-me estranha, é uma sensação diferente, nunca tinha experimentado
- Será amor?
- Não sei, sinto qualquer coisa a bater dentro de mim e uma alegria imensa, será que...?
- Sim, é amor
- Ai que bom.
Tirou-me as mãos do peito porque estavam a entrar os sete anões
- Eu cuido deles
- Obrigado. Agora deixa-me abraçar o meu amor
Abri os braços, fechei os olhos e levei um encontrão
- Carlão... Carlão meu amor
- Ó carla vanessa, estás linda
- Amo-te Carlão
- A sério?
- Sim, eu provo-te
E ajoelhou-se, desapertou-lhe a breguilha das calças, tirou-lhe cá para fora e começou a chupar como se não ouvesse um amanhã.
Depois de uns minutos nisto, Carlão tira-lhe aqs mãos da cabeça e diz “ainda bem que estás de saia”. Ela levanta-se, ele leventa-lhe a saia e foi mesmo ali contra a porta
Eu fiquei a olhar para as borboletas e cavalos marinhos incrédulo.
- E agora? Perguntei
- Não sejas estupido, vai-te embora – disseram-me os cavalos marinhos.
- Sim, levem-me daqui por favor
- Agora desenrasca-te
- Mas vocês trouxeram-me até aqui. Porque é que não me levam de volta
- Foi só para entrar no texto, agora que o texto acaba, desenrasca-te
- Interesseiros
- É a vida pá
- E como é que saío daqui.
- A nadar, bem te avisamos que era o teu futuro, pensavas em quê, ficar com a boazono? Otário
- mas eu não sei nadar
- Azar. Xauzinho
- Merda...
Nobody's fault but mine died @ 8/02/2006 08:01:00 da tarde
2 Stairway to Heaven:
Enviar um comentário
<< Back to Death
 
Nobody's Fault But Mine

Intro The Outdoor
In My Time Of Dying
Over The Hills And Far Away